terça-feira, 12 de junho de 2012

SAUDADE


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...


Hoje não vejo mais o brilho da lua, dançando sobre as águas do mar
Mergulhado no escuro, encontro forças pra cantar
Eu errei, eu sei que errei, estou pagando muito caro
Eu chorei, e como choro, chorei, não encontrei um grande amparo
O sério jogo do amor, não dá vez pra brincadeira
Ela foi pra outro time, e só me restou, pendurar a chuteira


Por isso...


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...


 O meu peito vive vazio
Teu sentimento era macio
Agora eu trago a morte, soprando a vida para o alto
Não existe sorte, pra quem não se prepara para o salto
Nesta vida não aprendi tocar cavaco nem banjo, tampouco violão
Pensei estar dedilhando nos acordes dos sonhos, e tocando seu coração


Não aprendi...


Tive que me contentar, com o vice-campeonato
Fui passado pra trás no jogo do amor
Mas, Nossa Senhora me dá força
Mesmo que a torcida não torça
Sigo firme na missão...
                                                                                                                          CHELLMÍ – 10.06.2012


Este é um samba triste. A expressão dos meus versos descobre algumas farpas fincadas no meu coração. Alguns pensam que ser poeta na periferia é brincar de escrever textos relacionados a meras aventuras de causas sociais, abraça. Tenho vida ainda, vivo com um pé na cova e outro na casca de banana, se é que me entendem. Certezas? Verdades? Como posso tê-las passando por um furacão infindável, se é que temos que tê-las. Só queria redescobrir a sensibilidade dos olhos brilhantes de um amor que se foi, de uma vida que se foi, aqui a ideia vai além de uma pessoa, de um ser, de uma rainha. O “coitadismo” é algo muito mesquinho por parte do sofredor, por mais que ele encontre-se desamparado e perdido, não há GPS que o ajude a se localizar nas ruas do sentimento, nas travessas da paixão, nas avenidas do amor, nas estradas do improvável ou locais semelhantes. Os mais experientes dizem que a dor é passageira, que nada é para sempre e milhões de outras coisas, respeito, e como respeito, mas me respondam como fazem para comparar a dor? Como se mensura a dor? A dor é mensurável? Interrogações e angústias misturadas com tristeza e um aperto na alma.

Agradeço a Deus por continuar iluminando a ponta da minha caneta enquanto estou neste terreno, espero que os casais se respeitem, saibam perdoar, saibam pedir perdão, sejam sensíveis e compreensíveis ao perdoarem e aceitarem as diferenças. Nada disto é simples, é tudo muito complexo, mas espero também que não tentem insistir ferozmente em procurar detalhes na simplicidade. Desejo que Deus e outras entidades continuem iluminando seus caminhos, para quem acredita, é claro, e para os Ateus espero que a razão ou qualquer outra convicção continuem avante para os fazerem viver livremente. A vida realmente pode ser uma vela, derreter aos poucos, provocar incêndios, e basta um sopro para ela se apagar, soprou, já era. Muita paz a todos e todas.
                                                                                                                          CHELLMÍ – 11.06.2012