sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
AS FOLHAS QUE ME ATRAVESSAM
É no
momento mais triste que lhe vejo
Lhe pego,
derramo gotas em ti para buscar conforto
Você ouve
tudo calada, por isso cada vez mais te almejo
Calada
entre aspas, pois grita em silêncio comigo quando estou quase morto
Tua textura
me chama, manda-me expressar
Expressar,
expressar, para que seja ex-pressão
Pede-me,
implora-me para que eu vá devagar
Eu obedeço
e vou de encontro correndo e você nunca me deixa na mão
Já pintei
teu corpo e me senti artista
Fitei sua
face de ponta-a-ponta e sei que não fui o primeiro
Agarrei-te
com força, fui rude e por um tempo te perdi de vista
O artista
se foi e o que sobrou foram resquícios de arteiro
Nas tuas
linhas me perco mesmo quando as mesmas não existem
O cuidado
que tenho para não borrar seu rosto é imenso
Como não
sou tão zeloso as manchas persistem
E a
cada toque em você o clima fica mais tenso
Quando
lhe observo voar, imagino um pássaro perfeito
Admirando
sua leveza chego a ficar hipnotizado
Seu
limite para mim me faz a tratar com respeito
Teu corpo
no meu corpo uma hora se vai, mas em ti tudo será eternizado
Já me
debrucei em brancas, negras e coloridas
A calma
que se foi agora virou palavra certeira
Entre rosas,
espinhos, adubos e margaridas, não se fecham feridas
Folha,
eu posso lhe garantir que você é minha paixão verdadeira.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista - 17.11.2013
terça-feira, 12 de novembro de 2013
OFICINA - NAS IMAGENS DO MUNDO REESCREVO MINHA HISTÓRIA Com Chellmí - 19 e 21/11/2013 - 14h. as 18h.
Local - Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso - Av. Deputado Emílio Carlos, 3641 - Vila Nova Cachoeirinha.
Datas - 19 e 21 de Novembro de 2013 - Horário: 14h as 18h.
Estão tod@s convidad@s.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
VENTANIA
Ei você, sim, você mesmo.
Escute, se for água, óbvio.
Hoje eu conversei com o barro, discuti com a pedra, ganhei carinhos da areia e me deitei no ar.
Espero que a natureza da minha multipolaridade continue me dando a chance de pairar entre os odores das flores e os perfumes dos lixos, e assim continuar sendo um ser de vento.
Agora com licença, pois preciso esticar meus ventos sobre uma rede de galhos.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista : 29/10/2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
INCENTIVO AS LEITURAS: AS AÇÕES CULTURAIS NAS PERIFERIAS GRITAM, E QUEM AS ESCUTA ?
Ocorreu um pequeno erro na divulgação, sem problema. O título do meu colóquio será:
INCENTIVO AS LEITURAS: AS AÇÕES CULTURAIS NAS PERIFERIAS GRITAM, E QUEM AS ESCUTA ?
sábado, 12 de outubro de 2013
BRINCANDO
Tem
pião, bolinha de gude e futebol com bola de durex
No
jogo de damas há espaço para cavalheiros e as ideias chegam sem sedex
Entregue
as cartas, a leitura fica por conta do olhar
No
pega-pega do lápis não se esconde-esconde o coração e seu palpitar
Corre
pra lá, corre pra cá, aprende com a fúria ao lado
O
brincar depende do outro para que seu universo não seja engessado
Seja
na grama ou no concreto, na terra ou na areia
A
descoberta do mundo tem que pulsar na alma e na veia
O
encontro que proporciona o desencontro consigo
A
disputa em que o celular chama mais atenção que um amigo
Sorrisos,
insultos e devaneios que quebram a lógica do que está posto
A
poesia que na Arte do encontro é o que dá gosto
Saborear
cada momento como se fosse o mais doce da vida
Para
se encontrar mesmo não tendo saída na história que parecia perdida
Que
minhas palavras atravessem tempos e fiquem na lembrança
Pois
na minha vida sempre existirá um adulto-criança.
CHELLMÍ
- 11.10.2013.
OBRIGADO
POR EXISTIREM NA MINHA VIDA MOLECADA, SE NÃO FOSSEM VOCÊS EU JÁ TERIA PARTIDO.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
SOLIDÃO OU SOLIDEZ ?
Hoje me deu vontade de chorar, aí eu chorei.
Saí pra rua, estava chovendo. Pensei.
Vou misturar minhas lágrimas com as lágrimas do céu.
Achei ser uma boa desculpa para quem observasse meus olhos vermelhos.
Me perguntaram.
- Tá brisado?
Respondi.
- Sim, de solidão.
O silêncio veio à tona, mas as lágrimas insistiam em fazer barulhos de correntezas incessantes...
Chellmí - 08.10.2013
Inspirado em minha tristeza e neste som: http://www.youtube.com/watch?v=rcfrOmO4lD4
terça-feira, 1 de outubro de 2013
CORAÇÃO
Dá linha
vai mandado
Pois,
não sou carretel para querer te enrolar
Com o
coração pulsante e despedaçado
Não é a
flecha do cupido que vai me encantar
Nas
camas em que deitei sempre tive de corpos e almas presentes
Aos lábios
que toquei procurei deixar o doce aroma do carinho
Em cada
troca de olhar brilhavam quatro estrelas cadentes
A cada
partida, um tombo, e eu prossigo sozinho
O te amo
se banaliza na boca de quem brinca com o amor
Com os
ouvidos tapados a língua se torna metralhadora
O fracasso
é visível na face deste eterno sofredor
Resta-me
pisar no asfalto e deixar as nuvens à sua brisa inspiradora
A fumaça
do cigarro ocupa espaço na bolha da tristeza
A multidão
em torno do solitário faz com que a lágrima caia
A brasa
queima, o peito congela e o resultado é a fraqueza
A correnteza
salgada que transborda meu rosto não fica de tocaia
O mundo
berra e quem escuta?
O tempo
é irrisório para quem corre na contramão?
Pergunto-me
constantemente se vale a pena minha luta
Algumas vezes
acho que sim, outras acho que não
Versos
adolescentes que surgem no corpo adulto
Cadê a
fé? Cadê a garra? Por onde anda a esperança?
A casca
grossa da amargura para você é um insulto
Quando a
moral é sequestrada, não adianta pagar fiança
Os calos
das mãos somem, enquanto os da mente vêm à tona
Pálpebras
quase intocáveis
Agora se
reaproximam meus ósculos na lona
Em meio
a dores imensuráveis
A chuva
que cai no telhado não me molha literalmente
O céu soluça
e eu escuto
A goteira
em meu ser já não me faz tão contente
Pra quem
não conhece a distância, considera ridículo meu luto
No universo
do capital selvagem as sensibilidades se tornaram chacotas
A sutileza
da exposição é mal vista
Delicadezas
e sentimentos alguns julgam lorotas
Garantem
que no mundo dos derrotados o meu nome é o primeiro da lista
Insanidade,
razão, sonhos, afazeres seguem juntos
Se deslocar
e transitar talvez sejam para poucos
Por mais
que eu me esconda, são permanentes estes assuntos
Enquanto
muitos querem se enquadrar, eu me reinvento na terra dos loucos
O que
seria do azul se só existisse o vermelho?
O quadradismo
vive em meio ao círculo
Já se
perguntou o que hoje refletiu em seu espelho?
Não sei
se me afasto ou se fortaleço o vínculo
Espero que
a vitória um dia venha e que logo vá embora
Já se
foi o tempo de gritar, é campeão!
Que o
amor nunca seja da boca pra fora
Sei que
não sou Rael, mas quem sabe um dia, eu também consiga seguir as batidas do meu
coração.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista
30.09.2013 - 23:35
sábado, 21 de setembro de 2013
EU SÓ QUERO LER
Eu só quero ler um livro
Eu só quero ler teus olhos
Eu só quero ler tuas feições
Eu só quero ler teus textos
Eu só quero ler quietinho
Eu só quero ler tuas pisadas
Eu só quero ler tua noite
Eu só quero ler teu dia
Eu só quero ler teu mundo
Eu só quero ler...
Eu só quero ler, porque lendo, eu sou menos escritor...
Chellmí - Jovem Escritor Paulista - 30.01.2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
EU NÃO POSSO FICAR SEM VOCÊ !
“Quantas belezas deixadas nos cantos da vida
Que ninguém quer e nem mesmo procura encontrar
E quando os sonhos se tornam esperanças perdidas
Que alguém deixou morrer sem nem mesmo tentar
Minha beleza encontro no samba que faço
Minhas tristezas se tornam um alegre cantar
É que carrego o samba bem dentro do peito
Sem a cadência do samba não posso ficar, ficar, ficar, ficar...”
Ficar mais um minuto sem você, é que não posso ficar
Dos cantos da vida centralizo minha alma pra firmar meu cantar
É cavaco, é banjo, equalize a sonzeira, é só chegar pra somar
Pegue uma flor e um arranjo, sem esperanças perdidas e volte pra amar
Encantar na estrada, pra na calçada sorrir e chorar
O rap que faço, o samba que faço vem pra viajar e voar
Devanear, alcançar o que as barreiras invisíveis tentaram frear
O chão de terra levanta poeira quando a preta começa sambar
Na cadência de nêgo véio me atento pra quem sabe um dia chegar
Em meio à arte do baluarte observo a destreza de seu espaço ocupar
Faço questão de terminar tudo em “ar” pra encher de amor os corações dos brutais
Na palma da mão vem com a gente, porque “não somos do samba, mas somos originais”
Chellmí - JOVEM ESCRITOR PAULISTA - 03.12.2012
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
VEREDAS DO VESTIBULAR - 14 e 17 de Setembro de 2013
17/09/2013
CENTRO DE FORMAÇÃO CULTURAL CIDADE TIRADENTES
R: Inácio Monteiro, 3800. Cidade Tiradentes
14/09/2013
CENTRO CULTURAL DA JUVENTUDE RUTH CARDOSO
Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641. Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo/SP.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
sexta-feira, 12 de julho de 2013
segunda-feira, 1 de julho de 2013
TÁ, TÁ, TÁ, TÁ...
Traquina na sua infância adorava correr e trepar nas árvores do quintal de sua avó. Menino curioso, observador, sempre que possível soltava inúmeras perguntas a quem estivesse próximo a ele.
- Por que este galho é retorcido?
- Por que meu pé é cascudo?
- Por que não gosto de calçar sandália?
Geralmente quem o ouvia não aguentava tantas perguntas e logo perdiam a paciência.
- Tá, tá bom, não aguento mais suas perguntas.
- Tá, tá, tá.
Depois de certo tempo começou a se acostumar com o tal do tá.
O personagem que mais gostava no programa do Chaves, sabem qual era? Imaginem!
Lógico que era o professor Girafales, o garoto ficava admirado quando o Chaves chamava o professor de mestre linguiça. Ficava aguardando ansioso o mestre gritar "Tá, tá, tá, tá!"
E assim Traquina foi crescendo ao som dos tás, tanto é, que passava horas e horas na sua pré-adolescência infincando pregos em madeiras que de tantos furos lembravam queijos suíços.
Só que na flor de sua adolescência o colocaram o apelido de Tátá, todas meninas caçoavam dele e ninguém mais o deixava falar, era ligeiramente cortado pelo som do tá. Nem seus professores o deixava mais se expressar.
Um dia Traquina depois de chorar muito quebrou a TV bem no momento em que Girafales apareceu.
Saiu em disparada para casa de um conhecido que tinha uma arma escondida e a pediu emprestada.
Com muito custo e sem saber bem o que estava acontecendo o rapaz resolveu emprestar o canhão.
Traquina foi até o campinho próximo à sua casa e disparou várias vezes para o alto, Tá,tá,tá,tá... e refletiu.
- Funciona mesmo !
- Agora basta de tá, minha ingenuidade acabou. Acabou porque acabou para mim, é o fim da linha.
Traquina abriu a boca, mirou o canhão na mesma e apertou o gatilho, e de longe a vizinhança escutou o último tá de Traquina.
Na manhã seguinte um jornalista racista publicou uma matéria com o título: Tá, tá, tá, taí o que você queria, mais um preto morto governador. E o jornaleiro prossegue...
- Pena do Tátá mas, agora voltaremos a clarear as ideias.
Depois de ler esta matéria, com este título, os amigos que não escutavam Traquina passaram a pegar em armas e nunca mais pararam de atirar.
E desde então o TÁ,TÁ,TÁ,TÁ... se eternizou naquela quebrada.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista
27.06.2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
Chellmí - NAS RUAS DA BRASILÂNDIA
É forte ?
É o que tá posto !
Eu e mais alguns considerados malucos estamos na contramão do que está posto.
Nós, educando nossos pares para que não continue o extermínio dos nossos.
Sou pedagogo e não demagogo.
Cansa, mas eu luto por esta molecada. E meus amigos guerreiros também lutam.
SEM SUCRILHOS NO PRATO !
terça-feira, 7 de maio de 2013
OCUPA SARAU: A PERIFERIA VISTA NA BOLINHA DO OLHO - PRAÇA ZUMBI DOS PALMARES - 09.06.2013
É com uma enorme satisfação que realizaremos mais uma edição do Sarau - A PERIFERIA VISTA NA BOLINHA DO OLHO, desta vez na Praça Zumbi dos Palmares - Vila Nova Cachoeirinha - Zona Norte de São Paulo.
Ocupando o espaço público com simplicidade e grandes partilhas das culturas e manifestações arteiras das bordas de São Paulo.
Agir coletivamente acreditando que o derramamento de sangue não é a ponta da flecha das periferias do mundão. Articulação e lealdade que se enxergam nos fundilhos dos olhos em prol das esplendorosas trocas é a contra-mão do que está posto, e é por isso que fazemos questão de estar na via contrária nos arriscando neste trânsito sufocante da vida.
Fiquem atentos nas atualizações do que irá acontecer neste encontro.
Carinho retribuído aos que entendem a proposta e aos artistas mercenários do mundo das letras e de outros ventos que sejam bem-vindos, se "pisarem neste chão devagarinho..." caso contrário peguem outros becos que aqui o universo é horizontal !
Chellmí - Jovem Escritor Paulista.
ORGANIZAÇÃO:
Chellmí - Projeto Espremedor - Amanda Prado - Banca Subterrâneo
CONFIRMADOS:
Samba do Congo (Brasilândia-Morro Grande) - NO SAMBA
Renata Prado (Itaim Paulista) - NA POESIA
Renata Prado (Itaim Paulista) - NA POESIA
Sonia Regina Bischain (Brasilândia) - NA POESIA
Fuzzil (Capão Redondo) - NA POESIA
Ruivo Lopes (Centro) - NA POESIA
Indy Naíse (Butantã) - NA POESIA
Lu'z Ribeiro (Guarapiranga) - NA POESIA
Luís Felipe Lucena (Mundão) - NA POESIA
ZoioOmc (Brasilândia) - NO RAP
Fanti Manumilde (Heliópolis) - NA POESIA
Mc Trexx (Jd. Pery) - NO RAP
Mano Réu (Brasilândia) - NO RAP
Flávio Casimiro (Jd. Pery) - NO RAP
D'Grand'Stilo (Heliópolis) - NO RAP
Isis Flores (Jaçanã) - NO GRAFFITI
Ed Lincoln (Pirituba) - NO GRAFFITI
Deeanto (Capão Redondo) - VENDA DE CAMISETAS
Dodo (Bairro do Limão) - NA POESIA E DISCOTECAGEM
Jardélio Santos (Vila Souza) - NA XILOGRAVURA
Hélio Gonçalves Costa (São Bernardo) - NAS INTERVENÇÕES CIRCENSES
DJ Canelês (Brasilândia) - NA DISCOTECAGEM
Robson - Conteúdo Majestoso (Brasilândia) - NO RAP
Caiana, Alemck e Mild - CANIL (São José dos Campos) - NO GRAFFITI
Thiago Gonzales (Santana) - NA POESIA
Karen Rego (Cachoeirinha) - NA POESIA e no que mais quiser...
Caiana, Alemck e Mild - CANIL (São José dos Campos) - NO GRAFFITI
Thiago Gonzales (Santana) - NA POESIA
Karen Rego (Cachoeirinha) - NA POESIA e no que mais quiser...
Cláudio Cákis (Suzano) - NA POESIA
Celinha Reis (Pompeia) - NA POESIA
Ana Fonseca - Perifatividade (Fundão do Ipiranga) - NA POESIA
Paulo Rams - Perifatividade (Fundão do Ipiranga) - NA POESIA
Messias (Pirituba) - NA POESIA
Felipe Nagô (Brasilândia) - NA POESIA
Bruno Perê (Jabaquara) - NO GRAFFITI
Dimy - SOMOS POBRE (Vila Penteado) - NO GRAFFITI
Jenny (Cachoeirinha) - NO RAP
Elaine Campos (Centro) - NA FOTOGRAFIA
Celinha Reis (Pompeia) - NA POESIA
Ana Fonseca - Perifatividade (Fundão do Ipiranga) - NA POESIA
Paulo Rams - Perifatividade (Fundão do Ipiranga) - NA POESIA
Messias (Pirituba) - NA POESIA
Felipe Nagô (Brasilândia) - NA POESIA
Bruno Perê (Jabaquara) - NO GRAFFITI
Dimy - SOMOS POBRE (Vila Penteado) - NO GRAFFITI
Jenny (Cachoeirinha) - NO RAP
Elaine Campos (Centro) - NA FOTOGRAFIA
ATIVIDADES:
- Varal de Xilo
- Alguns grafiteiros para ocupar os muros da praça.
- Carrinho de Mãoteca
- Editora Quilombola
- Identificação da Praça (Stencil)
- 30min. de discotecagem do Dodo e 30min. de discotecagem do Canelês (no começo do encontro).
- Banca para venda e troca de livros
- Pique-nique comunitário
- Espaço aberto para intervenções diversas
segunda-feira, 22 de abril de 2013
OS OLHOS DO MENINO-HOMEM
Os olhares se distanciaram tudo ficou ofuscado
O menino-homem, o homem-menino estava desamparado
Tentou olhar pro céu, mas, na tua cabeça tinham milhares de
bigornas
Procurou as águas quentes, pois eram tão geladas e nunca
ficavam mornas
Seus olhos caídos no silêncio profundo gritavam com o mundo
Indicadores apontados disparavam “bem feito vagabundo”
Com os olhos no espelho e o reflexo do mesmo nos olhos, estava
iniciado o monólogo
Sugestão de benzedeira, sugestão de bagaceira, sugestão de psicólogo
Os olhos estavam sem vendas, porque nunca foram vendidos
O coração palpitava, mas, as visões percorriam cominhos
perdidos
Sensação de vazio, numas de 24 por 48
Escuridão, muito frio, o homem-menino, o menino-homem seguia
afoito
Teus olhos não enxergavam que suas canelas acabavam na cintura
O mandavam sorrir e que acabasse logo com aquela longa
frescura
Seus cabelos caíam enquanto a fumaça preenchia os pulmões
Já não dormia direito e quando pregava as pálpebras, começavam
as alucinações
Sonhos, pesadelos, devaneios, ele não entendia o que era
E os olhos marejavam enquanto na mente se abria cratera
Seus olhares queriam dizer para os ditos sábios que o môio
não era o molho
Queriam esbravejar o que os sentimentos carregavam no
fundilho do olho
Paciência, desespero, desespero, paciência, extremos próximos
e distantes
Ciência, picadeiro, tempero, clemência, embruteceram seus
diamantes
Um dia olhou pra relva, mas não conseguiu olhar para grama
Outro dia enxergou a cova no desejo que fosse sua cama
Foi pra de baixo da chuva e deitou-se sobre a lama
Fez tudo isso sozinho para que bico-sujo não interpretasse
como melodrama
Chegou ensopado e sujo, abriu o portão e pegou o varal no
quintal
Amarrou no pescoço e pendurou no inferno astral
Ficou vermelho, ficou cinza, ficou roxo, e não antecipou seu
funeral
Caiu no chão e pensou consigo “nem pra partir eu tenho moral”
Levantou-se, deu 3 passos e no outro cômodo pegou a Ypioca e
o Gardenal
Faltou coragem e disposição ao saber que a criançada ia
passar mal
Depois de tudo isso seus olhos queimavam como brasa
Refletiu sobre o significado da Brasa na Brasa, deu bica na
tristeza e a expulsou da sua casa
Os raios de sol não penetravam mais nas tuas íris
Aí se lembrou de quando sonhava em ser a oitava cor do
arco-íris
Num processo árduo seus olhos aos poucos iam voltando a
refletir algumas cores
Num processo mais acelerado foram partindo, tremores e
rancores
Retornou a chapar com os livros e a se embriagar com a
poesia
Arregalou os olhos e começou a observar que sua presença,
bem fazia
O Gardenal dispensado no bueiro nunca mais esteve entre seus
dedos
Os ratos fazendo festa no telhado já não aguçam mais seus medos
Seus olhos encantaram os olhos de alguém
Os olhos de alguém encantaram seus olhos também
Aqueles olhos baixos passaram a ser olhos atentos
Embora sejam olhos que memorizam constantemente os momentos
de sofrimentos
Sem precisar de lentes de contato para ver que o mundo nunca
será uma piscina com Confort, que seja suave, cor-de-rosa e só contente
Espero que quando suas bolinhas brilhantes decidirem se
esconder, seus olhares de transparência eternizem nas memórias que cada minuto neste
terreno o Menino-Homem foi muito mais que presente.
Chellmí - Jovem Escritor Paulista - 19.04.2013
Chellmí - Jovem Escritor Paulista - 19.04.2013
terça-feira, 16 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
VALE DOS ATALHOS DE SONIA BISCHAIN - 06.04.2013 - 20h30.
Uma das minhas Mãezonas irá lançar seu mais novo romance sábado no Sarau da Brasa.
Aqui fica o convite. Sonia Regina Bischain, você merece e muito que seus escritos sejam partilhados.
Saúde Guerreira !
Mais informações: http://brasasarau.blogspot.com.br/2013/04/vale-dos-atalhos-de-sonia-bischain.html
terça-feira, 19 de março de 2013
SAMBA: DESPEDIDAS...
Meu primeiro samba em parceria. Logo com minha grande irmã de rua.
DESPEDIDAS...
Samanta Biotti - Chellmí
Cheguei, Cheguei. Depois saí
Cantei, cantei. Pra distrair...
Sonhei, sonhei. E me perdi
Chorei, chorei. E não sorrí...
Ah ! Madrugada calada
Trilhou minha estrada
E hoje não tem fim
Sou aprendiz da alvorada
E o vento me fala
Quando prosseguir
Minha fala é cadenciada
Coberta de manto
Ancestral que não perdi
Sou viajante
Estou na encruzilhada
Pisando em lírios
Que você não permitiu
Estou fora, jogada nas traças
De uma memória
Tão fugaz e infantil...
Cheguei, Cheguei. Depois saí
Cantei, cantei. Pra distrair...
Sonhei, sonhei. E me perdi
Chorei, chorei. E não sorrí...
O dia clareou a jornada
Mas, distanciou rastelo e enxada
Onde estarás meu fim ?
Vou buscar minha morada
Em meio um sonho sem fala
Como irei sorrir ?
Está indo numa longa estrada
Longe do centro e perto do canto
No teu brilho que não vi
Não sou gigante
Mas, não há nada
O que fazer depois que partiu
Fui pra escanteio, fiquei sem graça
Hoje sou o grão e você é meu funil...
Cheguei, Cheguei. Depois saí
Cantei, cantei. Pra distrair...
Sonhei, sonhei. E me perdi
Chorei, chorei. E não sorrí...
Samanta Biotti - Chellmí _________24.02.2013_________02
terça-feira, 5 de março de 2013
I SEMINÁRIO DE LITERATURA DA PERIFERIA
I SEMINÁRIO DE LITERATURA DA
PERIFERIA.
O
seminário pretende discutir e analisar a produção literária das
periferias, em SP e fora do estado, com base nos eixos: Política,
Educação e Estética, em três palestras/debate com a presença de
escritores/as (poetas e prosadores) educadores/as e pesquisadores/as que
atuam e refletem o tema.
Dias: 15, 16 e 17 de março de 2013.
Local: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso
Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641. Vila Nova Cachoeirinha. Zona Norte.
(ao lado do terminal Cachoeirinha)
(ao lado do terminal Cachoeirinha)
Link para ônibus e mapa: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/como-chegar/
Organização: Sarau da Brasa, Sarau Elo da Corrente, Projeto Espremedor e CCJ Ruth Cardoso.
Projeto contemplado no Edital de Ocupação do CCJ.
PROGRAMAÇÃO:
15/03/13 (sexta-feira)- das 18h às 20h
Tema: Literatura da periferia e política: trança de raiz?
Sinopse:
Entre manifestos e manifestações a literatura da periferia parece
gritar em todos os seus temas. Nela o direito à existência é afirmado na
denúncia e no amor, na dureza da narrativa e no gozo do verso e
vice-versa. A proposta é discutir quais são as aproximações ente a
produção literária da periferia (oral e escrita) e a ação política
inerente ao ser social. Onde elas se encontram? Ou mesmo, é possível
existirem separadas?
Palestrantes: Nelson Maca (BA) e Ruivo Lopes (SP)
Mediador: Diego Arias (Sarau da Brasa)
16/03/13 (sábado)- das 18h às 20h
Tema: Barreiras visíveis e invisíveis: Teorias e práticas que se entrelaçam na Educação e na Literatura da periferia.
Sinopse: A
proposta é que os convidados discorram sobre suas atuações entre o
universo da Educação e da criação literária da periferia, suas visões e
perspectivas neste trânsito de conhecimentos que podem potencializar
cada vez mais as relações sociais. Como encontrar brechas para aguçar o
imaginário dos educandos no ensino formal, como desenvolver ações no
ensino dito informal, em que saraus, centros culturais independentes
estão em movimento, engrossarão o caldo neste encontro.
Palestrantes: Allan da Rosa (SP) e Celinha Reis (SP)
Mediador: Michell da Silva - Chellmí (Sarau da Brasa)
17/03/13 (domingo) - das 17h às 19h
Tema: Entre as frestas da forma: Rachaduras e horizontes.
Sinopse: A mesa propõe discutir e analisar o desenvolvimento estético da literatura da periferia (oral e escrito), a relação e os entraves com a atuação engajada de seus protagonistas.
Sinopse: A mesa propõe discutir e analisar o desenvolvimento estético da literatura da periferia (oral e escrito), a relação e os entraves com a atuação engajada de seus protagonistas.
Palestrantes: Cidinha da Silva (MG) e Érica Peçanha (SP)
Mediador: Michel Yakini (Sarau Elo da Corrente).MAIS INFORMAÇÕES: http://ccjuve.prefeitura.sp.gov.br/2013/02/26/i-feira-literaria-do-ccj-2/
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
NEGUINHA NÃO. NEGRA !
Neguinha
não. Negra !
O meu
cabelo é chapado sem precisar de chapinha
Canto
rap com amor, esta é minha linha
Sou
criança, sou negra, também sou resistência
Racismo
aqui não, se não gostou paciência
Meu
cabelo não é ruim, meu cabelo não é duro
Sou
negra guerreira, não moreninha em cima do muro
Deixo a
Susi e a Barbie de lado e brinco com boneca preta Makena
Pele
branca, raça pura, que piada, só lamento, que pena
Epiderme,
melanina, amo minha família, nosso povo, esse mundo
Molecada,
não importa a cor, quando o sentimento é verdadeiro e profundo
O meu
cabelo é chapado sem precisar de chapinha
Canto
rap com amor, esta é minha linha
Sou
criança, sou negra, também sou resistência
Racismo
aqui não, se não gostou paciência
Peço
paciência, mas estou pronta pro combate
Cabelo
crespo ao vento, piadinha tosca não faça, senão começa o debate
Qual a
diferença entre mim e uma branca norte-americana ?
Fora o
tom da pele, talvez seja status e grana
Já disse
! sou criança, mas ninguém me engana dizendo que preconceito não existe
Com
alegria e simplicidade ergo o punho e grito: Aqui a negra existe e resiste !
O meu
cabelo é chapado sem precisar de chapinha
Canto
rap com amor, esta é minha linha
Sou
criança, sou negra, também sou resistência
Racismo
aqui não, se não gostou paciência
Chellmí – 30.01.2013 – Para Mc Sophia (8 anos). Neta de Lucia Makena.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
CAÇANDO PALAVRAS E CAPTURANDO SEUS SIGNIFICADOS: A COOPERAÇÃO COMO FORMA DE APROXIMAÇÃO com Chellmí e Rosangela Oliveira
BIBLIOTECA FÁBRICA DE CULTURA - VILA NOVA CACHOEIRINHA
COMO CHEGAR...
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