segunda-feira, 27 de julho de 2015

NÃO DESACREDITA NÃO...


Na brasa periférica sou maloqueiro nato 
Calça larga, bombeta, nada de verso imediato
Poesia que surge da reflexão e do coração atento
Olhos esbugalhados que me tiram da condição de só lamento
Envolvimento em pensamentos chamados de dedo na ferida
Meus pares morrem, reaça aplaude e a vida prossegue sofrida
Me sensibilizo ao falar das flores e dos exalares de seus perfumes
Mas, num rio de sangue luto para que não continuem boiando nossos cardumes
Opressão policial, opressão do capital, opressão coletiva e individual
Aqui a ação do marginal, a ação da palavra frontal, é soco no peito do preconceituoso boçal
Não necessito de palco mas, se eu estiver nele, beleza !
Sou grato pelo chão, rimar na rua e tentar afastar um pouco a tristeza !
Não fui aprovado no padrão de qualidade do inmetro, tá ligado
Minhas poesias não precisam de rótulos para que eu seja um escritor aclamado
Sou a ralé da escrita, as águas nas guias da literatura
Meto-me a besta a escrever só para cutucar seu ego, chamado censura
Cansado de comentários raso vindos de onde o nariz aponta
Estes versos pretendem deixar pinóquios mais perdidos que barata tonta
Surfei nas ondas da ingratidão e desci as ladeiras do terror
Agora tento pegar rabeira no imaginário de quem me faz acreditar no amor
Educação tá na mente e no coração, grafada no braço se tornou meu escudo
O saber não compartilhado se mostra como livro na estante fechado e mudo
Mundão para gritar comigo toda hora e sussurra um pouco por favor
Já pedi isso antes e ai de mim se não me armasse e fosse pra batalha como um gladiador
Sou Sarau da Brasa, Elo da Corrente, Samba do Congo, sou Brasilândia
Troco olhares com nossa gente depois do dia longo e não sonho com diversão artificial de Disneylândia
Vou nessa dizendo que o tal do Michell pode ser pra você um ser que tanto fez ou tanto faz
Mas, ainda não sabe muito do que o tal do Chellmí é capaz. 

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